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Foto do escritorRicardo Oliveira

Capa Negra - Temporada 1 - Pairagem Sombria - Poema 8



POEMA 8: A PEDRA DO MAR

Fonte: https://br.pinterest.com/

Mas, algo puxou-me sem hesitar!

Assim, grudado de graxa, vi-me estar,

Uma luminescência nadava até mim,

Era a sereia que chamava-me de “nefelim”.


Não entendi tal palavra,

Mas percebi o quanto ela se emponderava,

Com seus cabelos longos e sonháveis,

Os olhos mostravam a sua verdadeira imagem,

E as barbatanas num tom laranja,

Que indiscutivelmente hipnotizava-me.


Queria-me dá a pedra do mar,

Cujos séculos consigo veio a guardar,

Esperando por um dos sete templarianos,

De origem pura, e que de benquerença iam levando,

O coração de todos os seres humanos.


Tentei argumentar sobre o que falara,

Até mesmo do que chamara-me,

Contudo, ela calara-se,

Indicando apenas com a cauda,

O lugar em que eu teria que atravessar,

Para aniquilar a maldição deste sortilégio.


Uma fenda que só era vista por mim,

Distante de todos os meus sentidos,

Dos quais não alcançaram minha consciência,

De maneira tão repleta de incoerência,

Daquilo a qual estimo querer estar livre para cortejar.


Cortejar aquela a povoar minha escuridão,

Na calada da noite preta,

Que suas vidas eternas trazem-me,

Na tormenta necessidade de apagar-me,

Da história de uma ambiciosa tradição.


Então, ela fez-me estar junto dela,

Beijou-me neste tenebroso repouso,

Que morto eu preservava-me por inteiro,

E quando despertei-me na iluminação,

Já estava deitado sobre as rochas.


Levantei-me e percebi que as águas eram límpidas,

Diante do exposto que acabara de ver,

E no meu corpo um símbolo estava a mostra,

Assim como de repente alguém fitava-me,

Deixando-me enxergá-la como a mais bela das criaturas,

Enquanto a capa que antes era negra, tornou-se cinza.

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