POEMA 8: A PEDRA DO MAR
Mas, algo puxou-me sem hesitar!
Assim, grudado de graxa, vi-me estar,
Uma luminescência nadava até mim,
Era a sereia que chamava-me de “nefelim”.
Não entendi tal palavra,
Mas percebi o quanto ela se emponderava,
Com seus cabelos longos e sonháveis,
Os olhos mostravam a sua verdadeira imagem,
E as barbatanas num tom laranja,
Que indiscutivelmente hipnotizava-me.
Queria-me dá a pedra do mar,
Cujos séculos consigo veio a guardar,
Esperando por um dos sete templarianos,
De origem pura, e que de benquerença iam levando,
O coração de todos os seres humanos.
Tentei argumentar sobre o que falara,
Até mesmo do que chamara-me,
Contudo, ela calara-se,
Indicando apenas com a cauda,
O lugar em que eu teria que atravessar,
Para aniquilar a maldição deste sortilégio.
Uma fenda que só era vista por mim,
Distante de todos os meus sentidos,
Dos quais não alcançaram minha consciência,
De maneira tão repleta de incoerência,
Daquilo a qual estimo querer estar livre para cortejar.
Cortejar aquela a povoar minha escuridão,
Na calada da noite preta,
Que suas vidas eternas trazem-me,
Na tormenta necessidade de apagar-me,
Da história de uma ambiciosa tradição.
Então, ela fez-me estar junto dela,
Beijou-me neste tenebroso repouso,
Que morto eu preservava-me por inteiro,
E quando despertei-me na iluminação,
Já estava deitado sobre as rochas.
Levantei-me e percebi que as águas eram límpidas,
Diante do exposto que acabara de ver,
E no meu corpo um símbolo estava a mostra,
Assim como de repente alguém fitava-me,
Deixando-me enxergá-la como a mais bela das criaturas,
Enquanto a capa que antes era negra, tornou-se cinza.
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