Poema 4: A Paragem
Então, em todas as madrugadas,
As paredes tem o meu próprio sangue.
Revelando o medo de perder-me,
Se acaso eu não encontrar,
Teus cabelos que se escondem.
Escondem-se da realidade,
Que as sombras trazem,
Enquanto nada vem a mim,
Nesta improvável viagem.
Crer é um lado neutro,
Ou quase mutável,
Quando se estar sobre sentença,
Dos monstros que me atacam.
E são três semanas vivendo na encolhida,
Tentando sempre buscar,
A memória, doravante esquecida,
Da moça que deveria está,
Entretanto,se foi como a brisa.
E aquela espada do pecado,
Constantemente ferindo-me a marca,
Deixada pelos que transformaram-me,
Neste fantasma das mil faces.
Surpreendo-me a cada minuto,
Com o lugar onde tenho perambulando,
Pois ele não tem cheiro, não tem cor,
São almas que se atormentaram.
Vejo apenas em preto e branco,
E em muitas das vezes,
Percebo que estou inteiramente cego,
Podendo entender com os meus sentidos,
O doloroso martírio dos meus ossos.
Minha capa suja envolve-me,
E as queimaduras não mais cicatrizam.
Quem dera ter nas belas odes,
A magia para acabar com esse veneno.
És amorenada de cabelos negros,
Usando sobre si, um manto vermelho!
Mesmo não abrindo os seus lábios,
Posso ouvi-la murmurar em meus ouvidos,
Numa língua a qual não compreendo.
Diz-me que a paragem é a “purificação das partes”,
Sendo que eu somente livrar-me-ia,
Se restabelece-se o essencial do mistério,
Corrompido pelo desejo a guiar os homens,
Pelo sacrilégio desferido, contra a verdade e a vida.
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