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Foto do escritorRicardo Oliveira

Capa Negra - Temporada 1 - Pairagem Sombria


Poema 4: A Paragem

Fonte: https://www.aprovincia.com.br/

Então, em todas as madrugadas,

As paredes tem o meu próprio sangue.

Revelando o medo de perder-me,

Se acaso eu não encontrar,

Teus cabelos que se escondem.


Escondem-se da realidade,

Que as sombras trazem,

Enquanto nada vem a mim,

Nesta improvável viagem.


Crer é um lado neutro,

Ou quase mutável,

Quando se estar sobre sentença,

Dos monstros que me atacam.


E são três semanas vivendo na encolhida,

Tentando sempre buscar,

A memória, doravante esquecida,

Da moça que deveria está,

Entretanto,se foi como a brisa.


E aquela espada do pecado,

Constantemente ferindo-me a marca,

Deixada pelos que transformaram-me,

Neste fantasma das mil faces.


Surpreendo-me a cada minuto,

Com o lugar onde tenho perambulando,

Pois ele não tem cheiro, não tem cor,

São almas que se atormentaram.


Vejo apenas em preto e branco,

E em muitas das vezes,

Percebo que estou inteiramente cego,

Podendo entender com os meus sentidos,

O doloroso martírio dos meus ossos.


Minha capa suja envolve-me,

E as queimaduras não mais cicatrizam.

Quem dera ter nas belas odes,

A magia para acabar com esse veneno.


És amorenada de cabelos negros,

Usando sobre si, um manto vermelho!

Mesmo não abrindo os seus lábios,

Posso ouvi-la murmurar em meus ouvidos,

Numa língua a qual não compreendo.


Diz-me que a paragem é a “purificação das partes”,

Sendo que eu somente livrar-me-ia,

Se restabelece-se o essencial do mistério,

Corrompido pelo desejo a guiar os homens,

Pelo sacrilégio desferido, contra a verdade e a vida.


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