Poema 3: A Lembrança
Assim, eu e o poema,
Serviremos a ela,
Levando-a a cidadela,
Por meio dos elfos e dos campeiros.
E expressivamente estaremos,
Numa eternidade de amores,
Escutando órgãos de catedrais,
Dos quais nos cercam,
Com suas belezas góticas.
E mesmo assim,
Sou dividindo por completo,
Quando não penso, eu nego,
Que tua presença não está ali!
Ali em meio ao canavial,
Quando corres para mim,
Sem saber das minhas imperfeições,
Sem entender, nada de como sou.
E a lembrança de sempre aparecer,
Como fumaça, a partir do anoitecer,
É a ponta de esperança que nasce,
Do ventre de uma mãe que gera.
Meus olhos contemplaram o vazio,
Quando o vento do sul, não trouxe-te!
Meu vulto quase sumiu,
Ao reviver o maldito desespero.
Pois jurava amor sempiterno,
Na imensidão do meu manto sem cor,
Naquela fluidez de sua substância,
Matando a morte que me domou.
Ceguei-me ao deparar-me,
Com a insatisfação que tive.
Ao enxergar a luminescência da face,
De morena, neste meu olhar tão triste.
Subitamente, tens nesta sua ausência,
Maneiras das quais se anulam!
Sendo até perceptível,
O adeus que me dás em prantos.
Tento tirar o capuz,
Mas as serpentes que picam,
Dizem-me para continuar a usando,
Enquanto estiver num submundo sombrio.
Eis que desejo escrever,
Uma carta que seja vermelha,
Mas, aquele que me mantém,
É o algoz a torturar-me.
Então, em todas as madrugadas,
As paredes tem o meu próprio sangue.
Revelando o medo de perder-me,
Se acaso eu não encontrar,
Teus cabelos que se escondem.
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