Ricardo Oliveira - 18/10/2023.
Preciso tanto de um “verso”,
Que deliberadamente não fuja do meu coração,
E que compreenda como realmente sou,
Mesmo não vendo-me de maneira inteira.
Que nada seja tão metafórico,
Apesar de que é isso a razão,
De ser tão oculto, quanto intenso,
Quando lapido todas as minhas palavras,
Em meio ao caos, que normalmente me encontro.
E se eu quero que ainda tenha tempo,
Nesses desvirtuamentos do interior,
Que se mete em seus próprios desenganos,
Como um rio vai buscar o mar?
Sim, e talvez não!
Pois, quando proibimos a nós mesmos,
De pensar em alguém, antes do amanhecer,
É a partida de um coração a se submeter,
Ao silêncio das almas, surgindo para corromper.
E tornar-se impuro, requer uma purificação,
A fim de retornar a face de uma verdade,
Mostrando-se na culpa e na indefinição,
A aflição que não deixa seus precedentes.
Entretanto, quando deito, o sono me levanta,
Ficando claro que é entre a fúria e o desplante,
Que ao cair, quero que seja em teus braços,
Por ser conclamado por essa voz que,
Indevidamente me perturba, e enlouquece-me,
A deleitar-me do que tens para trazer-me,
Onde amar-te, é a coalescência de nossa incorreção.
Poema n.2.994/ n.63 de 2023.
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