RICARDO OLIVEIRA - 15/05/2023.
Cair num túnel que nem sei,
O que eu até pensei,
Onde tudo isso vai dar?
Por quanto tempo irá durar?
Então, de frente a porta, abrir,
A luz clareava o nada que se mostrava,
E já desprovido de si mesma,
Preocupado com o coração, aí me vi.
O branco que vestíamos era como eu senti,
Um completo vazio, que em nada acalma!
De súbito, surgiste sem versos e sem cores,
Abraçando-me sem ter os perfumes das flores,
E então, lhe disse: -Por um instante, tive medo,
E cheguei a ficar enlouquecido, ao entender que te perdia.
Ainda tão rente estavas,
E assim, falavas: -Mas eu me extraviei-me de ti!
Só que não permaneci, e por um certo caminho,
Resolvi seguir, para que levasse-me depressa,
Onde teu “ser” esperava que eu tivesse, ali…
Conclamei-a de “minha israelense”,
Beijando-a em vestígios eloquentes,
De uma linguagem sem fim,
A qual meu mundo se rende.
Eu sou a própria poesia, violada,
Onde os deuses enviaram-me a mensageira,
Com tais mistérios que, tão somente tem,
Uma estrela de David de rara beleza.
Todavia, ao pedir que visse meus olhos,
E não o meu rosto, como o de um fantasma da ópera,
Em seu sublime amor, partira sem respostas!
A poética se esqueceu de quem eu era,
E não vivendo mais, está num total silêncio,
Tendo sua alma repousando nas catacumbas de tudo que imaginei,
E mesmo amando-a para sempre, ela não se faz presente em mim.
Poema n.2.965/ n.34 de 2023.
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