RICARDO OLIVEIRA - 29/04/2023.
Tá difícil de esquecer,
Que tens estado junto a mim,
Nos meus devaneios, dá pra ver,
Sua face resplandecente, sempre aqui!
Todavia, o medo insondável,
De negar o que se mostra, enfim,
Vai acabar por fazer-me enlouquecer,
Quando eu for totalmente tomado por ti.
Quero-te, impreterivelmente,
Do meu lado, como a água que cai ao solo,
E neste pouco espaço, permitir que haja portento,
Antes que a saudade, faça-me chamar por teu nome.
E os amantes de outrora,
Se afagarem no que os versos se manifestam,
Estarei para poder sentir-te,
E não permitir que saias agora!
Contudo, não vou deixá-la à própria sorte,
Mesmo que os versos meus sejam tristes,
Por conta dos que não preservam a lógica,
Da linguagem que só me faz entender,
Que contigo, o mundo ainda existe.
Desta maneira, o que realmente serás?
Ou queres, definitivamente vir a ser?
Se a poesia é parte de todo o meu sistema nervoso,
E por isso, logo, saberá viver uma vida imortal.
Entrego-te, tudo aquilo que tenho,
Mesmo não elucidando as coisas.
Somente para poder, de certa forma,
Vislumbrar-te, antes de qualquer pessoa.
Então, embebecido do que vieste a trazer,
A essência, que a torna tão imprevisível,
Eu vejo-te complexa no tudo,
Enquanto eu sou o nada,
Mergulhado inteiramente no imperfeito.
Poema n.2.960/ n.29 de 2023.
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