RICARDO OLIVEIRA - 10/04/2023
Preso em você, sem qualquer medida,
Vejo que pela minha janela,
Deves estar tão perto que,
Tudo estremece em mim, e alucina.
Não quero perder-me em desengano,
Nessas tormentas de amor!
Porventura, o que pensas,
Quando apenas, por um minuto,
Indiscretamente contigo estou?
E se eu pudesse fazer,
Um sacrifício que seja plausível,
Libertando-a do que a consome,
A teria, enfim, por merecer?
Tu que ainda não habitas a minha alma,
Será que a tua escreve tais versos?
Estes dos quais são suntuosos,
Como as nobres catedrais que Paris traz,
Onde és capaz de gritar meu nome.
Beber-te-ei na essência da fonte,
Se assim não fores levar como apronte,
E quiseres que eu seja um inconcepto,
Quando se consubstancia, renovando-se,
E nesta magnitude, atrai-me-ias,
A adentrar na Fontana di Trevi.
E com sua boca semi aberta,
Perceber que tudo é contraproducente,
Na medida em que minhas ideias,
Vão sendo materializados, totalmente!
A verdecer nossos campos,
Que antes não tinham mais vida e,
Ver o quanto que seu pranto me despertará,
Por intermédio da verdadeira magia:
A cerimônia de corpos, a epifanizar-se todo dia.
Poema n.2.953/ n.22 de 2023.
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