ESCRITO POR RICARDO OLIVEIRA
Capítulo 42: O FIO A SE ROMPER
O ACOLHIMENTO DE ELLA
Com pena de Ella, o presbítero foi até ela, e pôs as duas mãos em seus braços, ajudando-a a andar até a moradia. Ao estarem dentro, Walace a fez assentar-se no sofá da sala.
-Quer uma água? Um chá? Tá quentinho!-Manifestou o ato caridoso.
-Um chá…Já está de bom tamanho!-Seu estado era lastimável.
-Claro!-Respondeu com a voz baixa.
Pegando um chá escoces, que contém 1/2 litros de chá preto bem quente, 4 colheres de sopa de açúcar, 4 doses de whisky, 1/2 pote de leite de creme fresco e noz mascavo a gosto, ele levou até a Ella, dando-a.
-Tome! Vai se sentir melhor!-Exprimiu ao sentar-se ao lado.
-Eu o perdi, padre! O perdi pra sempre!-Chorava enquanto bebia o chá.
-Ele ficou tão sem rumo, quando você não o deixou se explicar.-Enunciou com um olhar tão sereno.
-Estava tão irritada!-Balançou a cabeça.-Como ele não me aceitou? Quis continuar sendo padre, se me amava.-Seu choro era continuo.-Ah, como eu o amo…e queria ficar com ele!-Afirmou com firmeza.
O sacerdote colocou uma de suas mãos, em cima de uma das dela, e explicou:
-Esqueça-o, minha filha!-Respirou fundo.-Não tem mais como voltar atrás. Ele não retornará mais para as Terras Altas, pois a Ordem encaminhou a solicitação de transferência dele ao Arcebispo Nikolai Alekseeva, da Catedral de Kazan, em Volgogrado, na Rússia. Será o seu vigário.-Revelou a moça.
-Que foi que o senhor está me dizendo?-Seu olhar era de uma tremenda solidão.
-Não há o que fazer!-Fora o mais sensível possível.
-Quem vai me proteger? Eu…Vou ter que me casar com o Liam, por que meu pai quer manter a maldita tradição celta!-Alterou o timbre da voz. Era alta, e soava uma raiva incontrolável.
-No que eu puder te ajudar…eu farei!-Ergueu-se.
-Neste instante…aceitarei o meu destino!-Dizera inconsolável.
Ella soergueu-se, e deu a xícara de porcelana ao padre.
-Que tenhas forças para lidar com tudo isso!-Abençoou-a e pegou a xícara.
-Forças é o que menos tenho!-Cabisbaixa, saiu.
Em solilóquio, veio a falar, vendo-a abandonar o local.
-Pobre menina!-Engoliu a seco.
Caminhando até a fortificação, tudo nela doía demais. O coração descompassava, a cabeça girava…só sabia lacrimejar.
-Deve ter sido a vontade dos deuses!-Pensava insistentemente.
Quanto mais se aproximava do castelo de Dunrobin, muito mais via a sua vida estar por um fio. E este fio, aos poucos, indo se rompendo ao ser cortado pela tesoura.
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