ESCRITO POR RICARDO OLIVEIRA
Capítulo 11: OVELHAS PERDIDAS
NÃO TOQUE…
Padre Williams e a feiticeira celta, estavam a sós na sacristia após a missa ter sido encerrada. Ella, estava, seriamente disposta a seguir adiante, e tentar algo com o representante do Divino, entretanto, o que ela sentia, poderia nem ser real, mais apenas uma loucura, o que colocava os dois em perigo. Ele, por sua vez, estava totalmente confuso.
-Não toque em mim!-Disse em voz alta, segurando-a pelos pulsos.
Ella ficou inteiramente abismada, e via que isso o deixara desconfortável.
-Por que te incomodas tanto, Williams?-Questionou com afinco.
-E se o que você sente, for apenas atração?-Largou os pulsos de Ella.-Não posso perder as minhas ovelhas!-Encontrava-se agitado.
-Será que posso dizer o mesmo de você?-Referia-a a atração física.
O presbítero apartou-se de perto dela, e deu a volta na mesa.
-Definitivamente…não sei de mais nada, Ella!-Passou a mão na cabeça.-Sabe onde tudo isso pode nos levar, e se nos levar, estamos fadados a cometermos…-Fora interrompido no momento da conclusão.
-Erros que nos jogaram no mar de um inferno? É isso que pensas?-Pôs a mão no rosto, e depois deu a volta para poder ficar novamente perto dele.-É pecado querer estar onde o coração quer?-Inquiriu-o.
-É pecado de qualquer jeito.-Disse. Estava apavorado com a situação.-Posso perder meu sacerdócio, e seu pai…
Ella o cortou, antes que falasse.
-Que tem o meu pai?-Queria saber.
-Percebi que ele já sacou o que há entre nós.-Revelou.
-E o que há, entre nós?-Questionou, pondo as mãos sobre o peito do padre.
-Você tem uma linda descendência para continuar. É uma celta, e uma das mais importantes sacerdotisas das Terras Altas da Escócia. Eu…por outro lado, tenho a fidelidade para com Deus, e tenho que vir a manter, e preservar o juramento.-Suava intensamente.
-E Deus não fez o homem e a mulher?- Sua intencionalidade era fazer com que ele refletisse, acerca do amor verdadeiro.
Williams se afastou-se de Ella, indo para a porta de saída da sala, e sabendo onde ela queria chegar, riu e respondeu:
-Somos criaturas, imensamente belas.-Abaixou um pouco a sua cabeça, e depois de minutos, ergueu-a, e concluiu.-Mas eu fiz a minha escolha. Você não?-Deixou-a na dúvida.
-Talvez eu tenha feito!-Afirmou, demonstrando em seu olhar, desapontamento.
Virou-se ele, de costas para Ella, tratou de ausentar-se sem excitação. As lágrimas caíam, e rolavam pelo rosto da jovem. Então, ela as enxugou, e deu o fora dali.
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