ESCRITO POR RICARDO OLIVEIRA
Capítulo 29: A ESCURIDÃO DAS ALMAS
UM AMIGO INIGUALÁVEL
Com a revelação feita pelo padre Williams ao padre Walace, não tinha muito o que fazer, mas, um alerta teria que ser dado, e foi isso que fora dado.
-Isso não será nada bom para a Ordem, e a nossa amada igreja, já que viola-se os votos, que fizeste no dia de sua ordenação.-Colocou as duas mãos sobre os joelhos e devagar, veio a erguer-se.
Ella, afastou-se um pouco de Williams, e preocupada, perguntou:
-E o que isso quer dizer, padre?-Não queria trazer problemas.
-Significa que a minha Ordem já conhece o teor do meu relacionamento para com uma sacerdotisa celta,-Soltou o ar pela sua boca.-Talvez, quem sabe, ainda não comunicaram a sua Santidade, em Roma.-Respondeu amedrontado.
-Nossa ida a manhã para Edimburgo, pode, e tem haver com o fato de teres se deitado com uma mulher.-Enunciou.
-E a minha descendência, já deve ter ido para o espaço,-Elevou o dedo da mão esquerda a boca.-Meu pai já deve ter dado conta de que eu não estou no castelo. Isla deve está enlouquecida, através de mim.-Fechou a cara.
-Ela tem que regressar à fortificação, e quero que saibam, que não os julgo, mas tenho medo do que está por vir.-Ajeitou os trajes sacerdotais.-Entretanto, tenha em mim, um amigo inigualável. Negarei saber de tudo! Em mim, podem confiar!-Disse aos dois.
-Eu confio!-Afirmou.
Dito isto, Ella deixa o lençol no chão do quarto, e vestida com a camisa social azul marinho, do padre Williams, saiu para pegar no toalete a sua camisola, que vetira anteriormente. Estava descalça. Voltou ao cômodo, e pegou a calcinha e o sutiã. Enroupou-os, antes de ficar rente ao seu amado.
-Você irá ficar bem?-Inquiriu-o, pegando nas duas mãos dela, e levando-as até os lábios, onde osculou as duas, e depois abaixo-as, segurando-as.
Padre Walace já havia deixado os dois a sós.
-Não sei, meu sonho e meu amor!-Os olhos estavam baixos.-E você? Não quero que tenhas complicações por minha causa!-Fitou o olhar nos olhos de Williams.
-Muito menos eu!-Falou enfaticamente.
Ele levantou o queixo de Ella, na altura da sua cavidade bucal, e a beijou. Na sequência, veio a pronunciar:
-Quer que eu a leve?-Não queria que ela voltasse só.
-Não se incomode com isso. Vou andando.-Respondeu.
-Mas…Ella? A essa hora, sério?-Apavorou-se.-Deixe-me te deixar nos portões, pelo menos?-Retirou-se para buscar as chaves.
-Claro!-Sua face era de tristeza.
Arrumando-se adequadamente, os dois saíram da habitação, e foram caminhando até a casa da sacerdotisa. Despediram-se, e a partir daí, uma nuvem negra pairou sobre suas cabeças.
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