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EFÍGIE MEMORIAL

RICARDO OLIVEIRA - 07/08/2022.

Fonte: http://smsuoh.ac.in/

De soslaio te vi assim,

Transformando-se numa obra contemporânea,

Enquanto tuas páginas se abriam,

Eu não evitei o meu fascínio e,

Despenhando-me abruptamente,

Diante daquelas palavras que li.


Salvaguarda-te-ei como um guerreiro,

Está disposto a travar tantas batalhas,

E ir até onde seu físico não aguenta,

Para transportar-te de volta à mesma estrada.


Todavia, é como se previa,

O meu medo de que,

O que eu até então sentia,

Não poderia ser tangível,

Pois nem real, ele parecia.


Sim, é inferir através do corpóreo,

Que não foi desta maneira,

A evidenciação de ver-te num derradeiro instante,

Diante da verdade: a de que te perdia!


E fica eu almejando ser tão seu,

Mas nem idealizar-te assumindo,

As vontades com que tem-me possuído,

Consigo constantemente a noite,

Livrar-me para sempre te ter.


Dou um salto para a morte,

Retiro-te de onde estiveres,

Contudo, não revelas-te como queres,

És apenas aquele distante vulto.


Consolo-me com a efígie memorial,

Perguntando, o que eu quero ser pra você?

Então, apenas ouço um trovão enunciar-me:

Estás fugindo-te de ti mesmo?

 

Poema n.2.913 / n.58 de 2022.


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