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Foto do escritorRicardo Oliveira

À DERIVA Á BEIRA-MAR

RICARDO OLIVEIRA - 24/03/2023.


De longe a espera é bem maior!

E quantas vezes eu tentei mudar…

Mas é o meu silêncio que ficou,

E me vi numa embarcação que estou,

Permanecendo à deriva à beira-mar.


Nada é tão feroz, ao meu tempo,

Do que ter respostas do que não existe,

Na recordação em que tudo é uma utopia,

A devorar quem eu sou, e me refazer é burrice.


Contudo vou sempre ansiar,

Por estar em teus abraços!

Nesta distância que destinou

O caminho por onde tenho andado.


Refugio-me apressadamente,

Num lugar todo criado por mim.

E na escrita deste céu que vê a gente,

Confronto até mesmo o que eu fiz.


Não te vejo em minha frente,

Para onde será que foste parar?

Onde a nitescência dos teus olhos,

Foram doravante ir morar?


Se tudo está incerto, agora,

Não se cale, ou me diga: “tanto faz”.

Portanto, é-te apropriado,

Surgires, antes que a tua essência,

Sendo a mais nobre das perfumarias,

Acabe com o pouco, do que ficou para trás.


Digo-te, o que isto significa:

Perder a sua doçura com a qual busco,

Durante a vida que tenho tido,

No decorrer de meus tantos dias…


Sois aquele sonho que mente,

Mais se engana, é por querer demais,

Que vivas num determinado paraíso,

E comigo siga, por onde a dor não não vai.

 

Poema n.2.945/ n.14 de 2023.



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